A QUINTA E AS CIÊNCIAS DA NATUREZA



A QUINTA E AS CIÊNCIAS DA NATUREZA 

Vivendo na Quinta da Avó, há uma série de coisas fantásticas que gostaria de partilhar com quem tenha os mesmos interesses. Aliando os conhecimentos adquiridos ao que posso observar, criei esta página para completar assuntos tratados neste  blog 


SOLO ARÁVEL

          

    O solo arável ou solo agrícola é a  camada da terra, até onde habitualmente chega a enxada ou a charrua, mais ou menos impregnada de humo.
Antes de semear ou plantar qualquer espécie, devemos preparar a terra. Preparar a terra é, não só torná-la mais fofa mas também fertilizá-la, para que as plantas cresçam harmoniosamente e possam dar bons frutos. Depois  de as plantas se começarem a desenvolver, devem ser sachadas, para facilitar a sua rega e para extrair as ervas que nascem ao seu lado e lhe tiram a água e os nutrientes do solo. A isto chama-se ter uma terra amanhada.




O AMANHO DA TERRA



Amanhar a terra então, será cavá-la ou lavrá-la, gradá-la e mais tarde fazer a sacha. Algumas plantas ainda querem a renda que será uma segunda sachadela quando estão mais crescidas – é o caso do milho.
Tanto cavar como lavrar têm a finalidade de remexer a parte arável da terra alagando a vegetação  que lhe servirá de estrume.
Lavrador a lavrar a terra com os bois




Gradagem da terra
Arado
Grade
Antigamente, num passado muito próximo ainda, a lavra bem como a gradagem eram feitas por homens que manuseavam os utensílios - o arado ou charrua e a grade - puxados por animais: bois, burros ou cavalos.
À frente dos animais ia um homem - muitas vezes era uma mulher ou um rapaz, por a mão de obra ser mais barata - e atrás a manusear o pesado arado de ferro, ou a grade ia normalmente um homem - o lavrador - com força e destreza,  dando ordens aos animais e pessoa que ia à frente. A grade feita de madeira com ferros, também era manuseada pelo lavrador, que ia em cima dela para ser mais pesada. A gradagem era feita em dois tempos:


  1. Primeiro a grade ia com os ferros virados para baixo.
  2. Por fim ia com os ferros virados para cima, para alisar o terreno.
Era um trabalho muito difícil: árduo e perigoso.



   Hoje são usados os tratores , com as respetivas alfaias para fazer este trabalho. O terreno é lavrado pelos arados próprios do trator e em vez de gradado é fresado. As funções são as mesmas mas mais fáceis e mais rápidas. 





Para cavar precisamos  de uma enxada ou um ancinho forte de cavar terra. 



















COMPOSTAGEM




      Fazer compostagem é também uma forma de reciclar. Se colocarmos os excedentes do pinhal - folhas, mato, pequenos paus, fetos, - restos da quinta e até as cascas das batatas e legumes  da cozinha,  em monte,  com a humidade eles apodrecem e fazem  um bom estrume,  que enriquece o solo e serve de nutriente para as plantas que cultivamos. 
        
Dentro da terra, vive uma infinidade de seres muito variados: seres vegetais, bolores e  animais. 
       São principalmente bactérias entre outros micróbios que vivem no solo, e provocam o apodrecimento do humo, transformando-o em excelente alimento para as plantas - nitratos sulfatos e fosfatos - quando dissolvidos em água.
       Esta transformação inicia-se no monte de compostagem ou estrume e completa-se no solo, quando é aplicado nas culturas e coberto de terra. Quando fazemos um rego para colocar plantas ou sementes, enche-se o rego com compostagem ou estrume, tapando-o normalmente com o rego seguinte. As plantas vão-se desenvolvendo retirando do solo, através das raízes, os nutrientes necessários dissolvidos em água.

       Além destas bactérias existem ainda as azoto-bactérias, que captam azoto da atmosfera para fabricar nitratos e assim enriquecer o solo. É o caso da "Bacillus radicicola" que vive na raiz do trevo, tremoceiro e tremoceta,  formando verrugas nas raízes, que são depósitos de nitratos. Para tal, devemos semear estas plantas e voltar a enterrá-las no solo quando mais crescidas. É o chamado "adubo verde" que enriquece o solo com azoto.



BIOLOGIA



         A Biologia ou Ciência da Vida estuda as funções dos seres vivos. As funções vitais dos seres vivos agrupam-se em funções de nutrição de reprodução e de relação. Para exercer estas funções os seres vivos precisam de  ar, água, luz, calor e alimentos.
        Todo o ser vivo é constituído por um conjunto de órgãos e aparelhos formados por tecidos e células. Neste caso, as células constituem  os “tijolos” para construir  “as paredes” -  os tecidos.
        Os seres vivos dividem-se em dois grupos: os animais e as plantas.  A ciência que estuda os animais é a Zoologia e a que estuda as plantas é a Botânica.
        Tanto os animais como as plantas são formados por células, sendo a célula o elemento primário da vida. A célula é formada por três partes - o núcleo, o citoplasma e a membrana e porta-se como um ser vivo – nutre-se e multiplica-se.
        Os conjuntos de células formam os tecidos. Os tecidos dividem-se em vegetais e animais.
A - Os tecidos vegetais podem ser de multiplicação ou meristemas, responsáveis pela multiplicação das células,  e de constituição ou definitivos com funções de proteçãosuporte e transporte  entre outras.
        Os tecidos vegetais de constituição são: O parenquimatoso ou parênquima, o condutor, o de suporte, o epidérmico e o suberoso.
  1. O tecido parenquimatoso entra na constituição das folhas. É neste tecido que é elaborado o alimento das plantas.
  2. O tecido condutor distribui os nutrientes pelas diversas partes das plantas.
  3. Os tecidos de suporte são tecidos alongados e formam fibras que suportam a planta.
  4. O tecido epidérmico  protege a planta e seus órgãos formando cutículas, espinhos etc.
  5. O tecido suberoso é especial e específico de algumas plantas. Dá lugar a tecidos especiais como por exemplo a cortiça.

B – Os tecidos animais, mais importantes são os epiteliais ou epitélios, os líquidos (sanguíneo e linfático) os conjuntivos, os cartilagíneos, os ósseos, os musculares e os nervosos.

1.    Os tecidos epiteliais ou epitélios – entram especialmente na constituição da pele, mucosas e membranas que envolvem os órgãos.

2.    Os tecidos líquidos – são formados por células do plasma: os leucócitos ou glóbulos brancos e as hemácias ou glóbulos vermelhos. Os glóbulos vermelhos devem a sua cor à hemoglobina que fixa o oxigénio transformando-o em oxi-hemoglobina, passando o sangue venoso a sangue arterial. A linfa não tem glóbulos vermelhos.

3.    Os tecidos conjuntivos – unem os tecidos e os órgãos entre si, destacando-se o tecido adiposo com células esféricas e gordura reserva do organismo e o tecido medular dos ossos.

4.     Os tecidos cartilagíneos – desprovidos de nervos e vasos sanguíneos.

5.    tecido ósseo – exclusivo dos animais vertebrados, compõe-se de duas partes: uma formada por fosfato e carbonato de cálcio (a mineral) e outra (a orgânica) constituída pela osseína. O tecido apresenta os canículos ósseos por onde comunicam entre si as células ósseas que estão situadas nas osteoplastes, umas cavidades maiores do tecido ósseo.

6.    Os tecidos musculares – são células compridas que se podem comprimir por ação dos nervos e da corrente elétrica (fibras). Através do seu enfeixamento formam os fascículos musculares que reunidos formam os músculos, que proporcionam os movimentos aos animais através da contratilidade das fibras.

7.    tecido nervoso – é formado por células nervosas que formam a massa cinzenta da espinal, do encéfalo e dos gânglios, e pelas fibras nervosas que entram na massa branca e formam os nervos.




ÓRGÃOS E APARELHOS


Depois de tudo isto há que saber que o número de órgãos e aparelhos é variável consoante a natureza animal ou vegetal do ser vivo.
Os vegetais têm um número mais reduzido de órgãos. As plantas completas – as espermatófitas ou espermáfitas – têm cinco órgãos: raiz, caule, folha, flor e fruto. As menos completas – as talófitas  que só têm um talo.

A ciência que estuda as plantas é a BOTÂNICA

    Os animais, têm um número maior de órgãos distribuídos por aparelhos e sistemas de órgãos, com funções de nutrição, reprodução e relação.

A ciência que estuda os animais é a  ZOOLOGIA

Nos vegetais a nutrição cabe à raiz e às folhas, a reprodução à flor e ao fruto, não havendo normalmente funções de relação.

Nos animais o número de aparelhos e órgãos tem uma distribuição mais diferenciada, havendo vários aparelhos e órgãos para a mesma função. Assim, tanto nos animais como nas plantas existem funções da vida vegetativa – nutrição e reprodução. As funções de relação só dizem respeito aos animais.

BOTÂNICA


        A Botânica é a parte das Ciências Naturais que estuda os vegetais. Estes podem ser classificados em diversos grupos conforme a diferenciação orgânica das plantas: as espermatófitas ou espermáfitas, as pteridófitas, as briófitas e as talófitas.
No primeiro grupo estão as plantas que dão flor e consequentemente fruto (e semente), como a couve, o nabo, a roseira, a acácia, o limoeiro, a pereira, o pessegueiro, entre outras. Nos outros grupos estão as que não dão flores como os fetos, os musgos, as algas, os líquenes e as bactérias.


Nas plantas temos a considerar dois aparelhos: o vegetativo que se destina à nutrição da planta constituído por raiz, caule e folhas, e o reprodutor que perpetua a sua espécie formado pelas flores que dão origem ao fruto que tem dentro as sementes para se reproduzirem mais tarde.

1.    Aparelho vegetativo das plantas: raiz, caule e folhas.
·        raiz encontra-se debaixo da terra, fixa a planta ao solo e serve também para absorver os sais minerais dissolvidos na água, para a sua alimentação. A raiz das árvores atravessa o solo e o subsolo, não só para se fixarem melhor mas para procurarem água


  •    O caule na maior parte das plantas é aéreo, nas árvores forma o tronco que por sua vez se ramifica. A função do caule é sustentar as folhas no ar e levar-lhes os nutrientes – a seiva. A seiva  pode ser bruta ou elaborada. A seiva bruta sobe da raiz às folhas
(sentido ascendente). A seiva elaborada desce das folhas para a raiz (sentido descendente) depois de ser modificada nas folhas . Muitas plantas têm caules subterrâneos além do aéreo: os tubérculos (da batateira), os rizomas (do lírio) e os bolbos (da cebola e dos alhos). O caule das árvores chama-se tronco.
·        As folhas são órgãos verdes, constituídos por bainha,

pecíolo e limbo. No limbo há as nervuras que servem
para transportar os sucos nutritivos da planta.
Nas árvores a parte das folhas que está nas ramificações do tronco chama-se copa.
As folhas são verdes devido à clorofila, graças à qual, por ação dos raios solares se realiza a função clorofilina, clorofílica ou fotossíntese, que transforma a matéria mineral em matéria orgânica, passando aí a seiva bruta a seiva elaborada.


2.    Aparelho reprodutor das plantas: flores e frutos (com sementes).




·        AS FLORES

    As plantas podem dividir-se em fanerogâmicas – todas as que dão flor e em criptogâmicas – as que não dão flor tais como as bactérias, os bolores, os cogumelos, os musgos, as algas e os fetos, entre outras.









Uma flor completa  é formada por pedúnculo, receptáculo, cálice, corola, androceu e gineceu.

1       - O pedúnculo liga e prende a flor ao caule.


2 - O receptáculo é a parte mais larga do pedúnculo e suporta as outras partes da flor: o cálice, a corola, o androceu e o gineceu.
As flores são folhas transformadas dispostas em círculos chamados verticilos.
3 - As folhas florais mais externas, geralmente verdes, são as sépalas e fazem parte do cálice
4 - A corola é o conjunto das folhas florais de cor, chamadas pétalas.
5 - O androceu é a parte masculina da planta. É o conjunto dos estames, formados por filete e antera, folhas florais no interior da flor, logo a seguir à corola. É nas anteras que se formam os grãos de pólen, que vão fecundar a planta.
6 -  O gineceu é a parte feminina da planta. É o conjunto das folhas florais mais centrais do receptáculo e têm o nome de carpelos. Os carpelos completos são formados por ovário (1), estilete (2) e estigma (3). É no interior do ovário que se desenvolvem os óvulos que depois da fecundação se transformam em sementes. A fecundação das plantas só é possível se houver a polinização, que é o transporte dos grãos de pólen dos estames para os carpelos, quando as anteras abrem.


POLINIZAÇÃO


A polinização pode ser direta ou cruzada.

polinização direta:


Nas plantas  fanerogâmicas  que são hermafroditas, porque têm estames e carpelos (órgãos masculinos e femininos) e mesmo assim nem sempre é direta porque o vento e os insetos dão uma ajudinha.


polinização cruzada é própria das plantas unisexuais,
por terem só carpelos ou só     estames. 

Estas
plantas precisam dos insetos ou do vento para fazer a polinização. É o caso da aboboreira e do pinheiro por exemplo. Os insetos são atraídos pelas plantas devido ao seu odor, cor e néctar.

FECUNDAÇÃO

Quando o  grão de pólen chega ao estigma atravessa o estilete através dos tubos polínicos e entra no ovário, onde faz a fecundação dos óvulos.
Depois da polinização e fecundação dos óvulos forma-se o fruto. As flores começam a murchar, os óvulos crescem convertendo-se em sementes e o ovário desenvolve-se dando origem ao fruto.

·        OS FRUTOS

fruto, como foi dito atrás, é o nome que se dá ao corpo em que se transforma o ovário após a fecundação e maturação dos óvulos. O fruto é formado por pericarpo e sementes. O pericarpo resulta das paredes do ovário e as sementes dos óvulos. As sementes são compostas por tegumento (casca) e amêndoa onde fica a plântula. 


Com humidade, temperatura conveniente e ar para respirar, germinam para dar origem a outras plantas.
       Os frutos podem ser carnudos ou secos.
        Os frutos carnudos são os que têm um pericarpo carnudo e suculento depois de maduros. Ex.: maçã, ameixa, pêssego, pêra, melão, melancia, cereja etc.
        Os frutos secos não têm qualquer parte carnuda e suculenta, depois de maduros. E.: vagem da ervilheira, do feijoeiro, espigas de cereais etc.
        Sejam secos ou carnudos, os frutos também se podem classificar quanto às sementes: unisseminados ou monospérmicos (só uma semente) e plurisseminados ou polispérmicos (várias sementes). Os plurisseminados ainda podem ser deiscentes,  se abrem depois de secos ou indeiscentes se não abrem. 
        Há diversos tipos de frutos como por exemplo: os aquénios, as vagens, as drupas e as bagas. Estes são os principais mas existem outros.
        Os aquénios são frutos secos indeiscentes e unisseminados. Ex.: A bolota, a avelã, frutos da roseira…
        As vagens são frutos secos plurisseminados e deiscentes. Ex.: Os legumes (grão de bico, feijão, fava, ervilha).
A cereja é uma drupa
        As drupas são frutos carnudos e unisseminados. A parte interna de natureza lenhosa tem um caroço. Ex.: Pêssego, cereja, azeitona…
        As bagas são frutos carnudos plurisseminados. Ex.: a uva, a laranja, o melão, a melancia, a maçã, o tomate…

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Classificação das plantas

Dedicámos algum do nosso tempo às espermáfitas ou espermatófitas, que como foi dito são todas as que dão flor. Mas há outros tipos de plantas, algumas agrupadas em subtipos e classes:
 Assim, as espermatófitas que são as completas e como tal em maior variedade, podem agrupar-se em dois tipos:


  1. gimnospérmicas - pinheiro, cipreste...
  2. angiospérmicas:   As angiospérmicas ainda se podem dividir em classes: As monocotiledóneas e as dicotiledóneas, conforme têm só um (mono) ou dois (di) cotilédones
O trigo é uma planta monocotiledónea

O feijoeiro é uma planta dicotiledónea






Por seu lado, as dicotiledóneas ainda se podem dividir em: 
Apétalas - castanheiro, urtiga...
Diapétalas - ervilha, feijão, lentilha, violeta, malva...
O feijoeiro é uma planta diapétala
A batateira é simpétala

Simpétalas - batateira, tomateiro,oliveira, lilás, jasmim...

Para além do tipo das espermáfitas, temos ainda outros tipos de plantas: as pteridófitas: fetos e avencas





as Briófitas  divididas nas classes muscíneas e hepáticas e ainda as 





Talófitas que se podem dividir  em algas (e limos), em fungos,em líquenes e bactérias.





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AS ÁRVORES



Sobreiro e pinheiro
Árvores são plantas lenhosas com tronco grosso e forte, chegando a atingir alturas superiores a 5 metros. 


Carvalho



                      




Além de embelezarem a paisagem, atenuam os efeitos das cheias e do vento, quando há chuvas e ventos muito fortes, e regularizam a humidade atmosférica.










    As principais árvores da flora portuguesa são as florestais e as de fruto. Também temos as ornamentais, carregadas de flores lindíssimas.
   O tojo, a giesta, o alecrim, a esteva, a roseira, a videira e outras igualmemte lenhosas porque não atingem alturas elevadas são apenas arbustos.
     Quando chove, se não houver árvores, as águas fazem sulcos na terra arrastando o húmus da parte superficial que é o que a terra tem de melhor. As árvores atenuam a queda das águas das chuvas, preservando o solo. Quando se fazem devastações florestais em áreas inclinadas, a terra desaparece em pouco tempo, deixando os solos improdutivos. 
 Devemos ter as florestas bem limpas para a prevenção dos incêndios. No entanto, devemos ter em conta os benefícios da existência das árvores.


  • Com as árvores o solo está protegido porque a água cai devagar, beneficiando assim também a infiltração, facilitando o abastecimento dos lençóis de  água.
  • As árvores atenuam os efeitos dos ventos nas culturas e nas povoações.
  • Onde há árvores, os raios solares não aquecem diretamente o solo. Favorecem a transpiração e a evaporação para a atmosfera  favorecendo mais tarde a queda de chuva. Quanto maior for a humidade do ar maior é a quantidade de calor retido na atmosfera atenuando as diferenças de temperatura entre o Verão e o Inverno.
  • As árvores purificam o ar. Apoderam-se do seu anidrido carbónico e devolvem o oxigénio (durante o dia por ação dos raios solares).
   É preciso manter as árvores bem cuidadas para elas cumprirem as suas funções, e tornarem a paisagem mais bela.

  Além de embelezarem a paisagem, regularem a temperatura e a humidade e protegerem, as árvores também nos fornecem madeiras e alimentos.
       
       As suas madeiras tanto podem ser usadas como combustível (azinheira, pinheiro, eucalipto, acácia...), como para a construção (pinheiro, castanho...), como para o fabrico de móveis (carvalho, nogueira, castanho...). Fornecem ainda matéria prima para o fabrico de papel e seda artificial.

       Normalmente as árvores dão fruto. Aos frutos que são comestíveis e quase toda a gente gosta damos o nome de fruta. É o caso das peras, maçãs, ameixas, cerejas, pêssegos, diospiros e laranjas entre outros. A fruta é muito importante na nossa alimentação, porque fornece ao nosso organismo muitas vitaminas, essenciais para a nossa saúde, e que o nosso organismo é incapaz de fabricar.


     Da fruta também se fazem conservas muito nutritivas, quer de fabrico caseiro, quer industrial: frutos secos (uvas, figos, ameixas...),  compotas (peras, pêssegos, ginjas...), caldas Ananás, pêssegos...).


       De acordo com o cair ou não da folha, no Outono e Inverno, as árvores e os arbustos são classificados como sendo de folha caduca.


       As principais árvores da floresta portuguesa são os sobreiros, os pinheiros, os castanheiros, os carvalhos,   os eucaliptos, as azinheiras, os sabugueiros entre outras. As árvores de fruto são as que produzem fruta e precisam de ser mais cultivadas e tratadas do que as outras que não são tão exigentes. Umas estão mais adaptadas às regiões mais secas e quentes, outras às regiões mais frias e húmidas.

          Nas florestas existem ainda plantas rasteiras, (tojos, sargaços, carqueja, urzes e até ervas) que servem para a alimentação das cabras e ovelhas e para fazer compostagem e estrume, para aplicar nas culturas.

        
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ÁRVORES FLORESTAIS NA QUINTA

O SOBREIRO  



    À floresta de sobreiros chamamos montados.  Existem sobreiros um pouco por todo o país, mas muito especialmente a sul do Tejo, no Alentejo, mais a ocidente. O sobreiro em Portugal é uma árvore protegida sendo proibido o seu abate. tem cadastro nacional e até a poda tem de ser autorizada.
       
    Adaptado ao clima seco, dá-nos a lenha, a cortiça e as bolotas. Embora hoje já se façam outros aproveitamentos para as bolotas ao nível da culinária, elas durante muito tempo foram usadas especialmente na alimentação dos porcos. A lenha é muito boa,e dela se faz o carvão. A cortiça é muito importante na economia nacional sendo Portugal o principal produtor e exportador. 
   
       A cortiça é leve, impermeável aos líquidos e gases e elástica. É um bom isolante do som, do calor, das vibrações e da eletricidade. É muito difícil apodrecer. Serve para o fabrico de rolhas para diversos fins, em especial para o engarrafamento de vinhos e outras bebidas. Tem outras aplicações entre as quais revestimentos e isolamentos.

       Com o aparecimento do PVC há uma proliferação das rolhas de plástico deixando as de cortiça de ter a mesma importância. hoje a cortiça também é usada em vestuário e acessórios de moda.

       À primeira tiradia da cortiça de um sobreiro chama-se desboia, a primeira cortiça chama-se virgem, e as árvores devem ter cerca de 25 anos. A cortiça é tirada de 9 em 9 anos e há regras muito rigorosas em relação à sua tiradia. Deve ser tirada nos meses quentes e com muito cuidado para não ferir a árvore.




O pinheiro


       Às florestas onde predomina o pinheiro chama-se pinhal. As espécies de pinheiros mais predominantes em Portugal são o pinheiro bravo e o pinheiro manso.
       
        Os pinheiros constituem uma grande riqueza nacional, mas já houve tempos em que teve mais importância. Algumas árvores, especialmente o eucalipto de crescimento mais rápido, ultrapassaram-no. Antigamente, além da sua lenha e madeira fazia-se ainda a extração da sua resina, da qual se extraía o pez louro e o aguarrás para a indústria. Hoje não é habitual  a sua extração porque dizem não ser rentável.

       Os pinheiros, além da madeira para móveis e construções, dão-nos ainda a lenha para combustível, e as agulhas secas (a caruma) para estrume e combustível. Os pinheiros demoram muitos anos a desenvolver. A melhor madeira do pinheiro é a do tronco com mais de quarenta anos. A sua madeira tem várias aplicações: soalhos, ripas, mobiliário...

        Porque se dá bem nas dunas, é muito usado para evitar o avanço das areias, junto à costa. foi o caso do pinhal de Leiria, mandado plantar por D. Dinis, e foi destruído pelas chamas nos incêndios de 2017.

       O pinheiro desenvolve-se bem em todos os terrenos, excepto nos calcários. Distribui-se por todo o litoral ao norte do Rio Tejo, e mais ainda nas zonas de influência do Oceano. Existe ainda nas Serras de Ossa, S. Mamede e Monchique. 

       O pinheiro manso é mais resistente à seca do que o bravo. Tem uma copa arredondada em forma de umbela, é muito frondoso, muito verde e torna a paisagem muito bela. Ao contrário do pinheiro bravo, o pinheiro manso existe mais a sul do Tejo principalmente na zona de Setúbal e vale do Rio Sado. No entanto, mais a Norte, coexiste com o bravo no litoral minhota e na bacia do Rio Dão.

       Hoje, já se começam a ver novas plantações de pinheiro bravo de crescimento mais rápido, e vêem-se muitas plantações de pinheiro manso - especialmente por baixo das linhas de alta tensão, onde não é permitido plantar eucalipto, pinheiro bravo e outras espécies de crescimento rápido e que atingem grandes alturas.

       O fruto do pinheiro é a pinha e a semente é o pinhão. O pinhão do pinheiro manso é comestível e constitui uma riqueza nacional que faz parte das nossas exportações.



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O CASTANHEIRO


       O castanheiro é uma árvare muito importante para a economia nacional, não só pelos seus frutos como pela sua madeira  muito resistente, adequada para mobiliário e construção. Fornece-nos ainda lenha e os seus troncos direitos e finos servem para fazer cabos para enxadas e outras alfaias agrícolas. na região de Vila Nova de Poiares, a par com a acácia, são utilizados os troncos finos para fazer cestaria, um dos artesanatos da região.

       O fruto do castanheiro é a castanha. Há castanhas de diversas qualidades.

       As florestas de castanheiros chamam-se soutos.  Há castanheiros destinados à produção de castanha e outros          à produção de madeira. Os soutos destinados à produção de castanha chamam-se castanhais  e os destinados à produção de madeira chamam-se castinçais. 
       Os castanheiros não gostam de terrenos calcários. Existem por todo o país, mas em mais abundância no Alto Minho, Trás-os-Montes e Beira Alta.


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O CARVALHO 

      O carvalho alvarinho, também conhecido por carvalho roble (Quercus Robur) é uma árvore de folha caduca que pode atingir entre 30 a 40 metros de altura e chega a viver 200 anos. Precisa de terrenos húmidos e existe essencialmente no Centro e Litoral de Portugal e a baixa altitude. Acima dos 600 metros de altitude  começa a desaparecer, deixa de existir sendo substituído pelo carvalho negral (Quercus pyrenaica). É no Minho que o carvalho está mais adaptado especialmente no Parque Nacional da Peneda Gerês. 
      O carvalho alvarinho não está em extinção, mas pouco a pouco foi sendo substituído por agricultura e pastorícia e mais tarde ainda pela plantação de pinheiros e eucaliptos.
      É uma árvore protegida sendo apelidada de "árvore bombeira". Em Portugal é uma árvore espontânea, sobretudo no Norte Litoral. Gosta de solos frescos e profundos com climas onde não se sinta a secura no Verão. É resistente ao frio e não gosta de solos calcários.
   Reproduz-se por semente (a bolota), sendo uma planta angiospérmica e dicotiledónea. A floração ocorre no período de formação de novas folhas. As bolotas amadurecem em Setembro e caem em Outubro.
       O carvalho dá-nos a madeira bastante dura e sólida para a construção  - soalhos, portas, janelas, tetos, e outros. A sua lenha é muito boa para aquecimento. As bolotas são muito usadas na alimentação animal.

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      Estas são as árvores  florestais que tenho na quinta. Na área florestal ainda tenho alguns arbustos - medronheiro, loureiro, sabugueiro, giestas e não falta ainda a acácia que por ser muito invasora  estou sempre a combater, apesar de gostar muito das suas lindas flores e fornecerem boa lenha. Além destas, tenho ainda algumas árvores de fruto e oliveiras.

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