INCÊNDIOS
INCÊNDIOS
A Quinta da Avó foi herança dos meus
avós à minha tia e madrinha que vivia na Figueira da Foz. Como ela nunca se
habituou à Quinta deixou degradar tudo e acabou por vendê-la. Quando soube que
a Quinta da Avó ia ser vendida, fiz a minha proposta e acabei por comprá-la.
Quando comprei a quinta em Junho de
2002, toda ela, inclusivamente a casa de habitação, eram silvas. Era um silvado
compacto e o pinhal já tinha invadido a zona de cultivo. Algumas telhas da casa
estavam partidas e consequentemente, tetos e soalhos estavam podres. A casa
estava completamente em
ruínas. Comecei a limpar pouco a pouco, até a Quinta ter
alguma apresentação. Deu muito trabalho.
Desde o início, a minha maior
preocupação eram os incêndios, já que a Quinta é formada por casa de habitação,
zona de cultivo, zona florestal e palheiro. Como o abandono era grande, levou
muito tempo mas tive de limpar tudo. O mato não era cortado há mais de 20 anos.
Os pinheiros estavam contaminados pelo nemátodo, uns secos no ar, outros já
podres, no chão.
A Quinta tem um poço , onde, noutros
tempos em que não havia água canalizada, era tirada a água para gastos
domésticos. A primeira obra que fiz foi o aproveitamento do tanque da madeira de canastreiro para um depósito de água, com capacidade para cerca de 8000 litros de água.
Comprei um motor para tirar a água do poço e encher o depósito. No entanto o
poço não tinha água suficiente para o encher e tinha de ligar o motor de manhã
e à noite. Comprei tubos, ligações e torneiras. Estava finalmente a funcionar o
primeiro sistema de rega da quinta, todo feito por mim pelo princípio dos vasos comunicantes e por queda devido ao declive do terreno. Mais tarde, para a água ter mais pressão e chegar mais longe,
apliquei ao depósito uma bomba submersível.
Mais tarde ainda, tive de fazer um furo porque este sistema não
satisfazia, Porque a água só chegava ao nível que estivesse no depósito e faltava nos pontos mais altos. Não satisfazia mais especialmente, quando, no Verão, ouvia as sirenes dos bombeiros.
Apesar de não haver histórico de incêndios nesta
zona – dizem fazer efeito de chaminé a Ribeira de Poiares , que atravessa o corredor (caminho) entre o Rio Mondego - Ronqueira e a Quinta,
e que previne os incêndios – a minha
preocupação foi sempre manter tudo limpo. Tenho medo que este vale também faça efeito de chaminé o que seria muito perigoso. É um trabalho que tem de ser feito
muitas vezes, porque a vegetação está em constante crescimento. Além da
vegetação temos ainda a folhagem que cai – especialmente dos carvalhos e
pinheiros - e com a qual se faz uma otima compostagem, para uso nas culturas e
jardins. A zona florestal é muito bonita, mas dá muito trabalho.
Depois da limpeza da quinta, comecei a limpar os terrenos com acácias, para substituir estas plantas invasoras. Trouxe os troncos para casa onde os aproveitei para lenha. Para eliminar os excedentes, ramagem e troncos mais finos, fiz algumas fogueiras. É muito perigoso... Apesar de ter chovido e estar na época das queimadas, fartei-me de pôr água para apagar e não haver o perigo de propagação. É que além do substrato que cobre o solo, há que ter cuidado com o emaranhado das raízes das acácias, que propagam o fogo sem que nos apercebamos.
Depois da limpeza da quinta, comecei a limpar os terrenos com acácias, para substituir estas plantas invasoras. Trouxe os troncos para casa onde os aproveitei para lenha. Para eliminar os excedentes, ramagem e troncos mais finos, fiz algumas fogueiras. É muito perigoso... Apesar de ter chovido e estar na época das queimadas, fartei-me de pôr água para apagar e não haver o perigo de propagação. É que além do substrato que cobre o solo, há que ter cuidado com o emaranhado das raízes das acácias, que propagam o fogo sem que nos apercebamos.
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Para a prevenção dos incêndios, todo o cuidado é pouco. |
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Com o flagelo dos Incêndios no ano de 2017, o Governo, ao abrigo do disposto na lei n.º 76/2017, de 17 de Agosto, retificação n.º 27/2017 de 02/10, que procede à quinta alteração do Decreto-Lei n.º124/2006 de 28 de Junho, atualizado pelo Decreto-Lei 10/2018 de 14/02, obriga todos a fazer a limpeza dos seus terrenos, lançando muitas campanhas de sensibilização e prometendo avultadas multas no incumprimento. É muito importante que as pessoas mantenham os seus terrenos limpos. É pena terem de ser obrigadas a fazê-lo em vez de terem consciência dessa necessidade. No entanto, todos sabemos que é muito dispendioso e não há incentivos, mas também há pouco empenho da parte de muita gente. Não me parece que tudo esteja bem esclarecido. Há árvores protegidas que possivelmente aparecerão cortadas, jardins, árvores de fruto… Além disso, o tempo dado pelo governo para efetuar os trabalhos também é escasso.
Podemos consultar as faixas de gestão de
combustível a limpar em cada aglomerado populacionanal em Vila Nova de Poiares,
no PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS do site da Câmara Municipal.
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